Como preparar nossas crianças para o futuro?
- iaraurbani
- 30 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
No post anterior da série Educação para a Vida comentei sobre como educamos as crianças, jovens e adultos para uma realidade distanciada da realidade. Vendemos uma ideia de educação para a vida, mas, ao mesmo tempo, não questionamos o sistema de educação que está voltado para a memorização e uso de fórmulas prontas.

Ao fim da caminhada escolar somos, portanto, pessoas preparadas para executar ordens, mas inseguras para gerenciar nossas próprias vidas e emoções.
Nos formamos cidadãos com uma autoconfiança duvidosa e, muitas vezes, com o processo criativo desencorajado. Mas vivemos em um mundo onde empresas buscam pessoas autoconfiantes, criativas e que — como usado informalmente — “pensem fora da caixa” (clique aqui para ler o post anterior na íntegra).
De acordo com o relatório The Future of Jobs do Fórum Econômico Mundial de Davos, lançado em 2016 e publicado novamente em 2020, 50% dos profissionais terão que desenvolver novas habilidades até 2025. Parece muito, não é? O relatório aponta, ainda, as 10 principais Competências ou Habilidades do Futuro:
Raciocínio analítico e inovação
Aprendizado ativo e estratégias de aprendizado
Solução de problemas complexos
Pensamento crítico e análise
Criatividade, originalidade e iniciativa
Liderança e capacidade de influenciar
Uso, monitoramento e controle de tecnologias
Design e programação
Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade
Capacidade de solucionar problemas

Nessa lista vemos habilidades que até então não faziam parte das nossas preocupações educacionais, e agora ganham espaço e importância. É o caso da resolução de problemas complexos — que exige jogo de cintura — e do autocontrole e ideias para lidar com improvisos.
Além disso, a lista tem também o pensamento crítico — para o qual é necessário conhecimento e autoconfiança — e a Criatividade, que passou da 10° posição em 2015 para a 5° posição em 2020.
Outra habilidade que chama atenção é a Inteligência Emocional, que se reflete nas necessidades do mercado como um todo e também para o desenvolvimento e uso de outras habilidades da lista.
E, quando analisamos todos esses dados, percebemos que a Criatividade e a Inteligência Emocional se complementam em diversos momentos. Para resolver problemas complexos, por exemplo, é necessário dominar as competências da criatividade — para buscar soluções — e da inteligência emocional. Assim, não basta ser apenas inteligente em suas emoções, mas, principalmente, saber gerenciá-las com sabedoria e maturidade.
Além do relatório do Fórum Econômico Mundial, a Singularity University também publicou suas Previsões Globais até 2038. Localizada em uma base de pesquisa da Nasa, a Singularity University tem como objetivo preparar líderes e organizações para o futuro.
Dentre as previsões globais da instituição está o aumento da robotização. É possível que os robôs passem a atuar como diaristas, recepcionistas, assistentes de lojas e escritórios, e em diversas tarefas manuais. Dessa forma, já por volta de 2022 diversos empregos podem ser extintos. E, ainda, se espera que em 2038 o cotidiano já não seja mais reconhecível, uma vez que a realidade virtual e a inteligência artificial alavancarão todas as partes da vida humana, no mundo inteiro.
Os pesquisadores Carl Frey e Michael Osborne, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisaram 702 diferentes empregos e identificaram as profissões com maior chance de automação. Eles estimam que 35% dos postos de trabalho no Reino Unido correm o risco de desaparecer nos próximos 20 anos, com a criação de robôs capazes de realizar essas mesmas funções. Esse índice é ainda maior nos Estados Unidos, em que chega a 47%.
No topo do ranking estão trabalhos que seguem um script e funcionam de forma automatizada, como empregos nos setores de serviços, vendas e construção. Por outro lado, Frey argumenta que habilidades como originalidade e inteligência social são características difíceis de se automatizar. Ou seja, aquelas que demandam imaginação, criatividade, percepção sensorial, sensibilidade e tato humano são as mais difíceis de serem automatizadas e substituídas.
Diante de todas essas projeções, será que nós — pais e professores — estamos ajudando a nova geração a desenvolver habilidades criativas e emocionais para o futuro?
O cenário indica que o desenvolvimento das habilidades técnicas e científicas seguirá sendo fundamental. Mas, ao mesmo tempo, precisamos desenvolver habilidades relacionais. Os educadores — sejam eles pais, cuidadores ou professores — são a peça-chave nessa formação de consciência e personalidade dos educandos.
Posso ajudar você a preparar seus filhos para o futuro. Nas sessões de Arteterapia desenvolvo atividades para despertar as habilidades criativas e de inteligência emocional que serão fundamentais para o futuro. Vamos conversar? Me mande uma mensagem no WhatsApp, o número está no rodapé do site.
Comments